Coluna Gustavo Almeida

Procuradoria Eleitoral diz que ainda não tomou conhecimento da "pancadinha" e do "AV"

Apesar da grande repercussão, caso das gravações em que pré-candidato tenta cooptar aliados de Sílvio Mendes não chegou ao órgão eleitoral.

Fábio Novo e Gustavo Henrique

Fábio Novo e Gustavo Henrique

11 de junho de 2024 às 08:14
6 min de leitura

A Procuradoria Regional Eleitoral no Piauí informou a esta coluna que ainda não chegou ao conhecimento do órgão o caso das gravações que mostram o pré-candidato a vereador Gustavo Henrique Feijó oferecendo dinheiro para que lideranças ligadas a Sílvio Mendes (União Brasil) passem a apoiar Fábio Novo (PT).

Os episódios estão sendo chamados de "pancadinha" e "AV", expressões que o aliado de Novo usa nas gravações para se referir ao valor da entrada que seria dada caso os aliados de Sílvio aceitassem mudar de lado.

Fábio Novo e Gustavo Henrique (Reprodução/Lupa1)

Apesar da ampla repercussão, a Procuradoria Eleitoral não está a par, pelo menos formalmente, do episódio.

"Prezado Gustavo. De ordem do procurador regional eleitoral, informo que o fato não chegou ao conhecimento da PRE, formalmente. Caso chegue, será imediatamente encaminhado para o promotor com atribuição, por se tratar de questão atinente às eleições municipais", disse a Procuradoria em resposta à coluna na tarde desta segunda-feira (10).

O atual procurador regional eleitoral no Piauí é o procurador da República Alexandre Assunção e Silva. Compete ao Ministério Público Federal, por meio da PRE, a função eleitoral. Em 1º grau de jurisdição, essa função é delegada por lei complementar ao Ministério Público dos estados, porém, a Procuradoria Eleitoral pode encaminhar para os promotores eleitorais os casos passíveis de investigação que chegam ao órgão.

Até agora, a "pancadinha" e o "AV" não chegaram.

OUTROS ASSUNTOS

| A promessa do coronel

Coronel Carlos Augusto e coronel Wagner Torres: promessa não cumprida (Arte/Lupa1)

Em entrevista à TV Lupa1 ontem, segunda-feira (10), o coronel Wagner Torres, pré-candidato a vereador de Teresina pelo União Brasil, disse que em 2016 veio de Picos para a capital com a promessa de que em 2018 seria comandante-geral da Polícia Militar do Piauí. Naquele ano, Torres foi trazido para comandar o policiamento de Teresina após ter reduzido drasticamente a bandidagem e os homicídios em Picos e região. Segundo Torres, a promessa foi feita pelo coronel Carlos Augusto, então comandante-geral da PM no terceiro governo de Wellington Dias. No entanto, Carlos Augusto nunca cumpriu a palavra firmada como colega e em 2018 entrou para a política.

Ações engavetadas

Wagner Torres contou ainda que ao assumir o policiamento da capital começou a implantar algumas ações e apresentou projetos ousados para a redução da criminalidade na região metropolitana. Contudo, segundo ele, Carlos Augusto e o então secretário de Segurança Fábio Abreu engavetaram as ideias dele e cortaram suas asas. O coronel desconfia que os dois ficaram com receio de que ele entraria para a política e seria bem sucedido caso repetisse na capital o sucesso do trabalho que foi desenvolvido à frente da Polícia Militar em Picos.

| No MDB não tem rasteira

Senador Marcelo Castro (Foto: Júnior Santos/Lupa1)

Ao discursar ontem (10) logo após ser reconduzido à presidência estadual do MDB, o senador Marcelo Castro afirmou que no partido ninguém leva rasteira e que lá não existe golpe sujo. Na avaliação do senador, é por esses e outros motivos que o MDB é o melhor partido do Brasil. "Vou dizer aqui do fundo do meu coração, sem desmerecer a nenhum outro partido: o MDB é disparado o melhor partido do Brasil. É um partido que não tem rasteira em ninguém, não tem golpe baixo. Quem está no MDB está seguro, porque aqui não tem golpe sujo", falou Castro.

Não lembrem de 2014

Ao falar que ninguém no MDB leva rasteira e que no partido não há golpe sujo, o senador Marcelo Castro certamente não quer que ninguém lembre de 2014, quando ele estava em campanha para governador do Piauí e o então governador Zé Filho, à época no MDB, lhe deu uma rasteira e se lançou candidato à reeleição, quebrando o acordo no grupo. Na época, não doeu apenas o "golpe sujo", mas a forma como Marcelo foi fritado por meses até ser forçado a desistir.

| Não custa nada perguntar

Dr. Hélio e Gracinha numa longa conversa em 2023 (Foto: Gustavo Almeida/Lupa1)

Quem cobre política de perto certamente já viu o deputado estadual Dr. Hélio queimando a gestão de Florentino Neto (PT) na prefeitura de Parnaíba. Em 12 de julho do ano passado, por exemplo, numa longa conversa com a deputada Gracinha Mão Santa após fim da sessão na Alepi, Hélio concordava que a passagem de Florentino pela prefeitura foi um desastre. Gracinha descia a ripa e Hélio corroborava. Este repórter viu e ouviu a conversa enquanto aguardava os dois para entrevistá-los lado a lado.

Pois bem: ontem (10) Dr. Hélio anunciou a mulher de Florentino, Flaviana Veras (PT), como sua candidata a vice-prefeita. Será que ele ainda mantém a mesma opinião sobre a gestão de Florentino?

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