Coluna Piauí em números

Mais de 90% das crianças e adolescentes do Piauí estão privados de algum direito básico

Apesar de altos, os números mostram que o Estado, bem como o país, registrou avanços; entenda!

Crianças - Foto: Pixabay

Crianças - Foto: Pixabay

10 de outubro de 2023 às 15:48
4 min de leitura

Nove de cada 10 crianças e adolescentes que vivem no Piauí são privados de algum tipo de direito básico. O dado é do Unicef, que divulgou nesta terça-feira (10) a pesquisa: “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”.

Comparativo entre 2019 e 2022 - Foto: Reprodução

O índice piauiense de privações ficou em 91,6%, bem acima da média nacional: 60%. Porém, apesar de altos, os números mostram que o Estado, bem como o país, registrou avanços. Tímidos, é verdade. Mas, teve.

A publicação do levantamento acontece na semana do Dia da Criança e alerta para a urgência de priorizar políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, em especial a educação.

Os números mostram que entre 2019 e 2022, o percentual de meninas e meninos vivendo na pobreza, em suas múltiplas dimensões, registrou redução. Porém, no mesmo período, a proporção de crianças que não sabem ler e escrever dobrou, passando de 20% para 40%.

“A pobreza na infância e adolescência vai além da renda, e precisa ser olhada em suas múltiplas dimensões. Estar fora da escola ou sem aprender, viver em moradias precárias, não ter acesso a renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional”, explica Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do UNICEF no Brasil.

No Piauí, por exemplo, quase 13,5% das crianças e adolescentes não têm acesso à educação, ou seja, são privados de escolas ou locais de ensino. O índice é quase o dobro da média nacional, que fechou em pouco mais de 8%.

Com esse dado, o Piauí aparece na terceira posição entre os estados que não oferecem possibilidades para esse público, atrás somente de Pará (15,5%) e Acre (16,3%).

Dados de 2022 - Foto: Reprodução

Os dados mostram que, mesmo com a pandemia da covid-19, nos últimos anos, o Brasil conseguiu reduzir, de forma lenta, a maioria das privações a que crianças e adolescentes estão expostos.

O percentual de meninas e meninos na pobreza multidimensional caiu de 62,9%, em 2019, para 60,3%, em 2022. Tal percentual corresponde a 31,9 milhões de crianças e adolescentes brasileiros privados de um ou mais direitos, de um total de 52,8 milhões no País.

O estudo apresenta dados nacionais e por estado, destacando a grande diferença regional com relação à pobreza multidimensional no Brasil – com os estados do Norte e Nordeste apresentando os maiores índices.

Com relação a cor e raça, a desigualdade ainda é grande, mas se reduziu um pouco nos últimos anos. Enquanto a diferença no acesso a direitos entre crianças e adolescentes brancos e negros, caiu dois pontos.

O estudo "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil" apresenta uma análise de dados de 2016 a 2022 e analisa o acesso de crianças e adolescentes a seis direitos básicos: renda, educação, informação, água, saneamento e moradia.

O relatório se baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e enfatiza a necessidade de ações coordenadas e urgentes para garantir que cada criança, cada adolescente tenha acesso pleno aos seus direitos.

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