Polícia

“Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, diz Lula

Declaração veio após as denúncias de assédio envolvendo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Sílvio Almeida e Lula- Foto: Reprodução/Instagram

Sílvio Almeida e Lula- Foto: Reprodução/Instagram

06 de setembro de 2024 às 14:37
4 min de leitura

O presidente Lula se manifestou pela primeira vez após a publicação das denúncias de assédio sexual envolvendo o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Durante uma entrevista nesta sexta-feira (6) à Rádio Difusora Goiânia, o presidente disse que quem “pratica assédio” não vai ficar no seu governo.

“Fiquei sabendo disso ontem. Pedi aos ministros da AGU (Advocacia-Geral da União), CGU (Controladoria-Geral da União) e ao ministro da Justiça (Ricardo Lewandowski) que conversassem com as pessoas até eu chegar às 14h30. O que eu posso adiantar para vocês: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção da inocência. Vamos colocar Polícia Federal, Ministério Público, Comissão de Ética da Presidência para investigar”, afirmou Lula.

O Governo Federal já havia informado por meio de nota, nessa quinta-feira (5), que Silvio Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.

Silvio Almeida- Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Ainda segundo o presidente, a defesa das mulheres é uma prioridade. Segundo ele, as denúncias devem ser apuradas “corretamente”, mas declarou que não é possível que alguém acusado de assédio permaneça dentro do governo.

“Eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. O meu governo tem uma prioridade de fazer com que as mulheres se transformem definitivamente em uma parte importante da política nacional. Então eu não posso permitir que tenha assédio. Vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, explicou o presidente.

Lula não comentou se Silvio vai continuar na pasta, mas afirmou que vai tomar uma decisão sobre o assunto na tarde desta sexta-feira, após reuniões.

Em nota, o Ministério das Mulheres reafirmou que a prática de qualquer tipo de violência e assédio contra a mulher é inadmissível e não condiz com os princípios da Administração Pública Federal e da democracia.

Entenda:

A Organização Me Too Brasil confirmou nessa quinta-feira (5), que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Segundo o Me Too, as vítimas foram atendidas e receberam o devido amparo psicológico e jurídico. A entidade não divulgou a identidade das vítimas ou quantas realizaram as denúncias.

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz o comunicado.

Segundo o divulgado pelo site Metrópoles, os casos teriam ocorrido no ano passado e uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se manifestou sobre o caso.

Em nota, Silvio Almeida disse que repudia as acusações e declarou que elas foram feitas com o intuito de prejudicá-lo.

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