A Era Lula já era?...Será?
Pesquisa divulgada na última sexta-feira revela que a rejeição ao governo do petista é maior que a aprovação
DIRETO DE BRASÍLIA
A Marcha em Defesa dos Municípios, que aconteceu na última semana em Brasília, é um evento que acontece há 25 anos e que tem como objetivo levantar pautas municipalistas e aproximar os gestores municipais do Governo Federal.
Porém, esse ano, o ato chamou a atenção para um outro debate: a popularidade do presidente Lula nos últimos meses.
Foi impossível não perceber as vaias que dividiram o imenso espaço com as palmas no Centro Internacional de Convenções de Brasília na abertura da Marcha na última terça feira (21), quando Lula esteve, ao lado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira; e do Senado, Rodrigo Pacheco.
O chefe do executivo federal que, anos atrás, era aclamado agora precisou ser protegido pelo pedido de respeito proferido pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, que solicitou que os prefeitos deixassem as bandeiras partidárias de lado naquele momento.
Mas, o que teria afetado tanto a popularidade de um político que construiu sua carreira como “presidente do povo”? Seria culpa da polarização política? Da falta de ações do governo mediante situações vividas no país? Das falas equivocadas de Lula? Ou do excesso de pessoas tentando comandar o governo?
De acordo com a última pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, entre os dias 27 de abril e 1º de maio, a desaprovação à gestão de Lula é de 49,6 % e sua aprovação chega a 46,2%, enquanto 4,2% não souberam ou não quiseram opinar.
Essa pesquisa também mostra que a maior parte da rejeição à Lula ocorre entre as pessoas que tem entre 25 e 59 anos, tem ensino superior e fazem parte da População Economicamente Ativa.
O que se destaca nesse levantamento é que a maior rejeição ao petista, dentro do esperado, vem da região Sul, com cerca de 60% de reprovação, mesmo em um período em que o Governo Federal tenta se firmar mediante a catástrofe vivida pelos gaúchos.
É inegável que, pelo menos metade do Brasil tinha uma grande expectativa em relação ao governo Lula III. A retomada de programas sociais, a resposta de uma prisão que muitos diziam ser injusta, a volta do amor.
A impressão é que esse amor se perdeu nas tentativas frustradas da Janja em ser “influencer”, na falta de atualização da visão de Lula em relação a política e ao mundo e na interlocução com um Congresso que, ao contrário de Lula, se atualizou tanto, que só negocia agora em alto nível. Mas, acima de tudo, é importante saber que a população não é mais a mesma de 2003, que se enganava com um Bolsa Família e um discurso motivacional.
O sarrafo aumentou, o PT não acompanhou e, pelo que parece, a popularidade não se sustentou. E a resposta desse cenário, OUTUBRO sinalizará.
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