“Nós vamos invadir sua praia" : o mar de poder que favorece os mais ricos
Debates sobre a PEC das praias invadiram as redes sociais e estão em tramitação no Senado.
A polêmica envolvendo a PEC das praias continua repercutindo nas redes sociais. Em meio as discussões acirradas entre celebridades inflamadas por defender lados, a população segue tentando entender até quando poderá montar sua barraquinha na areia e se bronzear sem ter que pagar pedágio ou ingresso para isso.
A proposta aguarda análise do Senado e foi alvo de uma audiência pública, na semana passada. O texto prevê que áreas que ficam a 33 metros a partir do ponto mais alto da maré e que pertencem à marinha possam ser vendidos para a construção de empreendimentos privados.
O projeto divide opiniões porque, enquanto alguns parlamentares defendem que a iniciativa pode aumentar a arrecadação e gerar empregos, outros alegam que as construções podem avançar as faixas de areia e ameaçar o meio ambiente, além de restringir o acesso público as praias.
A análise do texto é aguardada , ansiosamente, por empresários do ramo hoteleiro que, do alto dos seus escritórios espelhados, já projetam os lucros astronômicos que resorts e hotéis de luxo de alto padrão, construídos para receber clientes de elevado poder aquisitivo, devem trazer aos cofres das construtoras munidas para apostar nesses empreendimentos milionários.
Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a PEC não está entre as prioridades da agenda de votações da Casa, porém o debate nas redes sociais tem tomado proporções cada vez maiores.
Só uma pergunta ninguém fez até agora: será que quando a picanha e a cerveja prometidas chegarem não terá mais areia nem praia para o povo aproveitar?
Afinal, não dá pra ter tudo na vida, já diz a máxima popular.
E por falar em demarcação de território...
A oito meses de encerrar seu mandato como presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (Progressistas-AL) está com o olhar atento para não perder seu radar de articulação nos bastidores políticos no que se refere a sucessão de seu cargo.
O político está atuando com jogadas que visam agradar os partidos que possam agregar em torno de seu candidato favorito. Essa estratégia abrange desde o PT, do presidente Lula, passando por partidos que se autoproclamam independentes, como o Republicanos e o PSDB, até o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre as táticas de Lira para fortalecer a base de apoio estão a liberação de emendas de comissão no valor de R$ 15 bilhões para esse ano e a votação da regulamentação da Reforma Tributária, assunto de interesse de todas as bancadas.
Visionário, Lira tem como preferido para presidência da Câmara o deputado do União Brasil, Elmar Nascimento, popular no ninho bolsonarista. Por outro lado, o parlamentar também mira em Dr. Luizinho (PP – RJ), que transita bem na base governista, visando se fortalecer para obter o comando do Ministério da Saúde, pasta ambicionada por Lira desde o início do governo Lula.
Para valorizar o passe, enquanto orienta seus aliados a consolidarem suas candidaturas, Arthur Lira evita discutir publicamente as eleições para a presidência da Câmara, que acontecerão em fevereiro de 2025.