O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, foi demitido do comando da estatal nesta terça-feira (14). A decisão foi tomada pelo presidente Lula após um processo de "fritura" sofrido por Prates entre integrantes do do alto escalão do governo que se estendeu por vários meses.

Entre os principais ministros que queriam a queda do potiguar, estavam Rui Costa, chefe da Casa Civil e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.

De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, mesmo contra a vontade dos seus principais auxiliares, Lula ainda tentava segurar Jean Paul Prates no cargo, porém a notícia de que o CEO da Petrobrás planejava solicitar uma reunião definifitiva para resolver sua situação acabou irritando o chefe do executivo, que encarou essa iniciativa como um enfretamento de Prates e decidiu pela demissão.

Em uma mensagem, enviada aos funcionários na tarde de hoje, Prates disse que "sua missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa" e declarou que crê não haver chance de reconsideração.

Além do desgaste na relação com os ministros, Jean Paul Prates também não teria correspondido às expectativas do presidente no controle do preço dos combustíveis.

Um outro fator que contribuiu para a demissão foi uma crise iniciada com a decisão do Conselho de Administração da estatal de não distribuir dividendos extras (parcela do lucro destinada aos acionistas) de R$ 43,9 bilhões. Prates defendia a destinação de metade desses recursos e, após a decisão do conselho, as ações da estatal tiveram forte queda na Bolsa.

Logo após a demissão de Prates, o presidente Lula já escolheu a substituta para o comando da Petrobrás. Quem deve assumir a estatal é Magda Chambriard, engenheira, consultora na área de energia e petroléo, funcionária de carreira da Petrobrás e ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo no governo Dilma Rousseff.

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